sábado, 1 de outubro de 2011

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QUEM É JUDEU?ImprimirE-mail
Escrito por Matheus Z. Guimarães   

QUEM É JUDEU?


Nunca na história do povo judeu se deu tanta importância a essa pergunta. Afinal de contas, quem pode ser considerado judeu? Segundo Rashi (sábio judeu da Idade Média), os judeus não são apenas uma raça, nem tão pouco uma religião. O que existe é o POVO judeu. Para a doutrina rabínica atual (também chamada de Halachá), judeu é aquele que é filho de mãe judia e que nunca mudou de religião. O Knésset (parlamento Israelense)  se apóia nesse argumento desde 1950, e só considera judeu aquele que tiver nascido de mãe judia. Mas será que as Escrituras estão de acordo com tal procedimento?
Nos últimos 50 anos, mais de 5 milhões de judeus de várias partes do planeta imigraram para Israel. Os judeus da antiga União Soviética representam quase 40% desse número, e sua imigração em massa no final dos anos 80 e nos anos 90 afetou profundamente a sociedade israelense. Isso porque os judeus russos têm muita dificuldade de adaptação à nova cultura e à nova língua, estabelecendo os chamados bairros russos por todo Israel, onde apenas o idioma natal é falado nas ruas. Os russos também trouxeram a Israel a máfia e a prostituição. Mas o que mais impressiona são os dados do Ministério do Interior de Israel, o qual afirma que 60% dos imigrantes russos dessa leva imigratória não tem nenhuma origem judaica. Eles aproveitaram a grande abertura que o governo israelense proporcionou para a imigração de judeus da ex-União Soviética no final dos anos 80 e início dos anos 90, mudando-se para Tel-Aviv, Jerusalém, Haifa, Netanyah e outras cidades em busca de uma vida melhor, uma vez que seu país encontrava-se massacrado pela queda do regime socialista. Há poucos meses, uma gangue de “skin heads” foi presa em Tel-Aviv acusada de pregar a morte e a aniquilação dos judeus em Israel. Para a surpresa de muitos, os jovens eram todos “judeus” de origem russa. É por causa de fatos como esse que o governo israelense aumenta a cada dia a burocracia para os novos imigrantes. Eles querem reparar o erro fatal da década de 80.
A Torá nos mostra que o fator determinante para um indivíduo ser considerado judeu é ter o pai judeu. Temos como prova as várias genealogias nas quais apenas o nome dos patriarcas é mencionado. Também podemos citar vários judeus os quais se casaram com gentias e ainda assim seus filhos eram considerados judeus (Ex. Moisés, Judá, José, Boaz e outros). Até mesmo Yeshua, em sua genealogia, apresenta não-judias em sua linhagem. Mas, se os rabinos estudam a Tora e têm conhecimento desses fatos, por que consideram apenas judeus os que são filhos de mãe judia?
A resposta pode ser encontrada nas várias perseguições sofridas ao longo da história pelo povo judeu. Desde a revolta judaica no séc II d.C., considerações sobre a origem materna do judeu já estavam sendo analisadas pela liderança judaica. O mesmo aconteceu na era moderna. Após a Segunda Grande Guerra, os judeus sobreviventes do holocausto buscavam imigrar para a região chamada “Palestina”, impulsionados pelo movimento sionista que novamente ganhava força na Europa. Logo após a criação do Estado de Israel, em 1948, buscou-se ter um controle dessa imigração em massa de judeus europeus. Até então, o critério para se saber quem era ou não judeu consistia apenas na origem judaica do pai do individuo. Mas o ministério do interior se deparou com um grande problema: milhares de judias da Europa haviam perdido seus maridos durante o holocausto, e muitas foram abusadas sexualmente pelos soldados nazistas. Agora livres, elas tentavam imigrar com seus filhos os quais nem sabiam quem eram os pais. Resultado, as mulheres eram consideradas judias no novo Estado Israelenses, mas seus filhos não. Isso fazia com que os filhos perdessem todos os direitos de novo imigrante, gerando uma grande polêmica em Israel no início dos anos 50. Assim, o parlamento Israelense, juntamente com o rabinato, concordou em mudar a lei de imigração passando a considerar judeu aquele que é nascido de mãe judia, fazendo-se desnecessárias informações sobre a origem paterna da criança. Até os dias de hoje, tal procedimento é vigorante para o Estado de Israel.
Uma pessoa filho de pai judeu ou que possui apenas um de seus avós judeu, pode imigrar para o Estado de Israel sem contudo ser considerado judeu. Ele se torna cidadão israelense, da mesma forma que palestinos e árabes o são em Israel. O indivíduo só terá escrito ‘judeu’ em sua identidade se possuir mãe judia, ou se tiver se convertido ao judaísmo através de um rabino ortodoxo reconhecido pelo Estado de Israel.
Apesar de servir ao povo de Israel com circunstâncias diversas, vemos que a atual Halachá adotada pelo rabinato e pelo governo Israelense não está totalmente de acordo com a Torá e tem sido responsável por dificultar em muito a imigração de milhares de judeus e descendentes de judeus para a terra de Israel. Há anos o parlamento Israelense tenta revogar a atual lei do retorno com o objetivo de considerar judeu quem é filho de pai judeu, facilitando a imigração dos milhões de judeus e descendentes espalhados pelo mundo, incluindo osanussim (descendentes de judeus do período da inquisição). Mas todos os anos, a maioria ortodoxa no parlamento veta a nova proposta. Sabemos, através dos profetas, que quando o Messias retornar eleajuntará os perdidos de Israel e os cativos de Judá entre as nações (Is 11:12). Oremos para que O Eterno toque nos corações dos parlamentares israelenses e que o sonho dos milhões de judeus e descendentes de judeus espalhados pelo mundo se torne realidade: habitar novamente na terra de nossos patriarcas sendo luz para as nações e benção para as famílias da Terra!

 

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